sábado, 3 de abril de 2010

Cristo, do AMOR ao AMAR

A mensagem de Cristo sempre foi inclusiva, dos pobres aos cobradores de impostos, dos pagãos na figura da mulher siro-fenícia e do guardião romano ao ladrão na cruz. Vemos em Cristo o desejo em atrair nunca em excluir, capaz de conter todos na sua graça, ao ponto de lamentar quando Jerusalém o rejeitou. Seus encontros com os homens são marcados pela expressão da compaixão, não houveram pecadores rejeitados, não houve sujeira irremovível, o pecado, deparado com Cristo, enfraquecia-se como dominador dos homens. A liberdade havia chegado.
A controvérsia também ganhou contrastes bem definidos, Ele explicitou a mesquinhez do juízo humano, os “condenados” foram os primeiros a serem absorvidos e os “livres” mostraram-se enclausurados em masmorras intransponíveis. Cristo no palco da vida, no caminho humano! Foram tantos os “acertos incontestes” que se mostraram erros grosseiros, tantas “verdades” que caíram como frágeis mentiras: As vendas diante do templo; o apedrejamento da prostituta por pecadores tais quais ela (se não piores); a tristeza na possibilidade de largar as riquezas para segui-lO; as roupas religiosas; as orações religiosas; os jejuns religiosos; os dízimos religiosos; o perdão religioso, preocupado na quantidade mínima do perdão e não em multiplicá-lo; enfim as máscaras religiosas quando retiradas por Cristo revelaram homens que desistiram de tentar ser e preferiram parecer ser, mas não eram. Só houve um tipo de gente não inclusa nesta amor irrestrito, as que não se permitiram incluir, os que não O receberam, esses permaneceram nas trevas que encobriam seu entendimento e mesmo quando a Luz raiou diante dos seus olhos, ela incomodou muito e prefiram apagá-la.
O tempo passou, assim como de geração a geração passou o bastão da natureza humana e sua corrupção, ainda se vê a religiosidade cruel que inibe a capacidade de amar o outro, que inibe a compaixão, que prega a exclusão, que prefere condenar, mas a Palavra permaneceu e continua a incomodar essa obstinação insensível e se existe recusa diante desta Palavra, a Palavra simplesmente se recusa a calar.
Somos chamados a participar em nossa época do convite antigo, mas atual, carregado pela misericórdia e por ela renovados na mente, abolindo assim a escravidão da alma e nos fazendo enxergar o próximo como alvo da graça e não de qualquer danação. Vê as prostitutas de nossa época como Cristo as viu parece ser tão além da nossa constituição moral, julgamos todos (homossexuais, ladrões, assassinos, pedófilos, beberrões...) sem nos importamos em estender a mão, queremos dizer que estão errados, denunciar, apedrejar. Não podemos fechar nossas portas para quem Deus abriu o céu. Não há como se deparar com Cristo e não se encontrar na condição de pior dos pecadores, não há como não se sentir a prostituta e não há como não se surpreender ao se perceber, mesmo assim, perdoado por Ele. Diante disto, como não amar-lO e amando-O como não amar ao outro? O encontro com Ele desbota as palavras, encerra a boca, ardi o íntimo, e nos impulsiona a amar sem importar quem, mesmo diante da recusa. Se Cristo não veio condenar, que homem é capaz de fazê-lo. Não existem algozes, ainda que alguns aspirem sê-los.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Através do seu comentário muitos poderão ser edficados!