quarta-feira, 26 de maio de 2010

O QUE APRENDO COM JOHN WESLEY



John Wesley, desde que entrei em contato com sua biografia (pela primeira vez através do livro Heróis da Fé de Orlando Boyer), com apenas um ano de convertido, passei a ter uma espécie de encanto, de fascínio e me servi dele como fonte de inspiração, me surpreendeu a sua entrega de si a Deus, seu interesse em crescer na graça e no conhecimento de Deus.




Logicamente este grande homem de Deus, não deixara de fazer jus a sua condição humana, por isso não somente seus acertos, os seus erros me fazem aprender mais sobre a caminhada que todos nós temos que traçar em direção Àquele que nos é por chegada.



Aprendo com John Wesley na sua busca frenética pela segurança de sua salvação nos primórdios de seu ministério, sobre o não conformismo com a falta de certeza para com o amor de Deus, o não sossegar até que de fato se tenha paz com Ele. Aprendo sobre o seu compromisso disciplinar nesta busca, seus métodos, sua entrega ao encontro de Deus, mesmo sendo o seu ambiente social o do racionalismo moderno, aprendo sobre como manter-se devoto acoplando fé e razão mesmo em um ambiente desfavorável. Ainda neste momento da busca de Wesley, aprendo sobre o não confiarmos em nós mesmo e nem em nossas próprias obras para salvação de nosso alma, visto que nossas obras por mais vastas que sejam, e no caso de Wesley elas eram demasiadamente vastas, não podem apaziguar a alma humana em sua relação com o Criador. Que não basta ao homem visitar os presídios, alimentar os pobres, reunir-se em agrupamento para oração e leitura bíblica, ser perseguido e injuriado ou viajar sob grande risco de vida afim de levar o evangelho aos que ainda não o ouviram, como fez Wesley, não! Nada disso serve ao homem para que ele possa alcançar de Deus o benefício da salvação.



Aprendo com Wesley a examinar tudo e reter o que é bom, visto que ele conseguiu encontrar nos místicos católicos, nos pietistas alemães (os morávios), dentre os puritanos, no corpo de credos da igreja oficial, em seus amigos, em seus pais, e em tantos outros lugares e pessoas expressões que carregavam em si o verdadeiro cristianismo, prova disto é que foi em uma reunião dos morávios que Wesley sentiu o seu “coração estranhamente aquecido” enquando alguém lia uma introdução a carta aos romanos escrita por Lutero. Aprendo com Wesley que os méritos que nos podem trazer segurança de nossa salvação são completamente de Cristo, que a segurança da salvação consiste no testemunho do Espírito em nós testificando que somos filhos de Deus, consiste em plena confiança de que Deus nos amou e de que em Cristo estamos seguros.



Aprendo sobre a “Luz que ilumina a todo homem que vem ao mundo”, que mesmo todos os homem estando em total estado de corrupção, mortos em seus delitos e pecados, Deus não deixa nenhum deles fora do alcance desta Luz, que antes de tornar-se carne já iluminava a todo homem, pois “as suas misericórdias são sobre todas as suas obras” como fala as Escrituras, capacitando ao homem, que por si mesmo não pode desejar o bem, mas tem a sua vontade e arbítrio escravo do pecado, a escolher o bem, persuadindo e até mesmo inclinando a sua vontade ao bem, contudo, sem que o destitua de seus atributos que o personifica como ser moral. Sendo assim, aprendo que toda obra da salvação vem de Deus, dEle é a iniciativa, Ele nos amou primeiro, dEle é a nossa capacidade de fazer o bem, tanto o querer como o efetuar são dEle, o que nos compete é somente receber, apenas nos resta crê e confiar que o que ele fez já é suficinete, pois “A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou”. Quanto a condenação esta é obra humana visto que “negligenciou tão grande salvação”, visto que “não creram para que fossem salvos”, visto que “sempre resistiram ao Espírito Santo”, porque “aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece”.



Que somos predestinados deste a fundação do mundo por que deste a fundação do mundo, para Deus, tudo já era. Que nEle não há nem passado, nem futuro, mas todo o tempo esta diante dos olhos dele.



Aprendo Que a perfeição cristão não significa a ausências de tentações. Que perfeição cristã não é um estado de perfeição permanente, mas que se pode vir a sucumbir aos anseios da carne novamente. Que este estado não corresponde ao que atingiremos quando formos glorificados, quando recebermos corpos incorruptíveis. Antes é “ter a mente de Cristo” em vida, ter a consciência emergida em amor, ter o desejo ardente de cumprir a vontade de Deus, é em si viver o “seja feita a tua vontade assim na terra como no céu” ao ponto de se encher tanto de Deus que não sobre espaço para as suas corrupções carnais e possa dizer: “não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim”.



Aprendo com Wesley sobre o seu desejo de nunca dividir, mesmo com uma igreja em sua época fria e não tolerante com ele e com o povo chamado pejorativamente de metodistas, antes seu conselho e desejo era que aquele pouco de fermento, os metodistas, levedassem toda a massa. Percebo isso em suas cartas de reconciliação para com Whitfield, nas convenções convocando todos os que ficaram conhecidos como metodistas ou partilhavam do mesmo avivamento na Inglaterra, morávios, calvinistas e wesleyanos afim de se minimizassem ou mesmo aniquilassem as suas divergências. E mesmo somente em seu leito de morte consentir com a criação a Igreja Metodista.



Wesley, foi um grande avivalista, estudioso (estudava não somente teologia e filosofia, mas também ciências naturais), bom administrador (foi o principal organizador do movimento metodista), pregador (pregou mais de 40 mil sermões), acreditava que para que a mensagem evangélica obtivesse melhor êxito, tinha que investir na educação, por isso arrecadou fundos construiu orfanatos, educou a classe proletária, e assim deixou o registro na história da Inglaterra do que é capaz de fazer um homem posto nas mão de Deus.






NEle para o Qual é toda a glória e que sem Ele qualquer John Wesley é mero vaso de barro


Tiago M. Barros

2 comentários:

  1. Muito boa descrição e tambem reconfortante estudar,ler e ser imitadores da vida e piedade desse grande homem de Deus. Sem duvida pouquissimos homens se igualaram a este. Não compactuo com boa parte dos seus ensinos, porem, acredito(embora não concordando nem um pouco com sua doutrina arminiana do "arbitrio liberto")que se os armianianos do Brasil fossem como esse homem, então se levaria mais a seria a santidade, piedade, a seridade do pecado e a justificação pela fé.
    Ótima postagem!

    Evandro Junior

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  2. Fico agradecido pelo seu comentário Juninho, Wesley foi protagonista da maior revolução religiosa pós-reforma protestante, isto de acordo com os maiores historiadores do cristianismo, mas em consonância com a grande variedade de correntes de pensamento dentro do cristianismo, compreendo a sua postura diante de um aspecto do pensamento de Wesley, nos é quase impossível identificarmo-nos plenamente com o pensamento de um só homem, por maior que seja sua representatividade para o cristianismo, mas fora do mundo das idéias, há só uma prática, dentro do cristianismo, da qual não podemos nos esquivar de ser iguais (ou não podemos ser chamados de cristão), O AMOR. Este é o maior exemplo de Wesley, e a prova de que somos discípulos de Cristo, visto que quem não está em Cristo não pode amar como o amor de Cristo. Espero que você cresça em conhecimento, mas principalmente em amor irrestrito para com o outro, o PRÓXIMO. Um abração, e até a próxima!

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